sexta-feira, dezembro 23, 2011

Meia Noite em Paris

Assisti ao filme no cinema e desde então venho rascunhando e rascunhando ideias para escrever sobre o que achei desta obra prima de Woody Allen. Começava e apagava tudo. Têm dias que as palavras resolvem brincar assim com o autor, elas parecem não fazer sentindo quando se juntam, parecem chatas e sem graça. Por isso, passo por diversos momentos de total falta de inspiração.

Mas hoje foi diferente. Depois de acordar às cinco horas da manhã, a inspiração parece ter voltado para mim. E, além de preparar mais capítulos para a continuação do Louca Por Você, ainda sobraram palavras para vir atualizar o blog. 

Para ser sincera, essa inspiração não veio do nada nem sozinha. Resolvi ler algumas linhas da Martha Medeiros e ali, na crônica - O Violinista no Metrô - me lembrei de Meia Noite em Paris. Finalmente, poderei dizer o que achei do filme.

Maravilhoso!! Saí do cinema como se estivesse flutuando. A história, as músicas, o cenário... Tudo é encantador demais! Logo que o protagonista tem a sua primeira volta ao passado, fiquei com cara de bobona, imaginando como seria incrível se aquilo pudesse mesmo ser verdade. Imagina, conversar com Picasso, Dali, ter o seu livro lido por nada mais, nada menos que Ernest Hemingway, poder se deliciar com as composições de Cole Porter sendo apresentadas pelo próprio. O que poderia ser melhor?!

Voltei para casa e fiquei pensando no filme durante dias. A trilha sonora - muito bem escolhida - me fazia dançar, enquanto tocava somente na minha cabeça. Um filme doce, cheio de poesia e de uma criatividade de fazer suspirar os amantes dos gênios do passado.

O que me surpreendeu foi a quantidade de pessoas - algumas até mesmo formadoras de opinião - enchendo a boca para dizer que o filme era chato e "cult". Aquilo ecoava na minha cabeça como inacreditável. Li pessoas dizendo que não conheciam metade daqueles que o protagonista visitou - "fala sério... Só sabia quem era Dali e Picasso". Dizer isso em voz alta é motivo de orgulho?!

Acho que fiquei perdida em algum lugar no espaço e não acompanhei o momento em que - ser ignorante - passou a ser legal e a palavra da moda. Não conhecer tudo e todos, é mais do que natural. Mas se vangloriar por isso e dizer que "cult" é o mesmo que "chato" é muito estranho! Só eu que penso assim?! Nasci na geração errada? Estou sendo nerd ou "cult" demais?!
Depois de pensar, refletir e rascunhar ideias e mais ideias, resolvi deixar tudo pra lá. E todas aquelas palavras que não faziam sentido juntas, ficaram para trás. Mas hoje, depois de acordar às cinco da manhã, depois de decidir preencher o início do meu dia com um pouco da poesia da Martha Medeiros, li um pensamento da autora que me deu vontade de trazer todo aquele rascunho perdido para o blog. E foi o seguinte pensamento que me fez escrever tudo isso hoje:

"Podemos viver muito bem sem cultura, mas a vida perde em encantamento". 

E é isso. Vai ver que é por isso que fiquei com aquele sorriso bobo no cinema, porque a cultura traz um mundo muito mais colorido para mim. Ler, conhecer, não é vergonha para ninguém... Muito pelo contrário, é um pouquinho de açúcar que você coloca todo dia nessa vida que por muitas vezes insiste em ser amarga!

Bom dia para todos vocês!! E Feliz Natal!!!!

3 comentários:

Dylan Araujo disse...

Nanda,

Eu também adorei o filme. O melhor entre os últimos que assisti.
Tem um argumento muito curioso de que todos nós (amantes da arte) gostaríamos de viver num outro tempo, por reconhecer o valor daquele momento. As gerações posteriores é que irão reconhecer o valor do nosso tempo.
Tem piadas cult, é verdade. Assim como na leitura de Machado de Assis. Mas quem disse que todas as obras precisam se nivelar ao senso comum? A arte nos ajuda a transcender, não a brincar no mesmo cercadinho.

Muito bacanas as suas considerações sobre a cultura. Quanto mais e melhores as nossas referências, mais diferenciadas são as nossas experiências transformadoras. Nós vivemos o mesmo mundo, mas o pintamos com cores diferentes.

Belatrix Oliveira disse...

Poxa, ainda bem que eu não fui a únia que não achei o livro chato. É lcaro que tem algumas sacadas que só dos ditos "cult" entenderam, mas...faz parte né. isso tem em outros filmes e livros tb. Me apaixonei pela atmosfera e trilha sonora tanto quanto vc. Feliz Natal!

Vanessa Meiser disse...

Oi tudo bem? Eu me chamo Vanessa Meiser e sou autora do Blog do Balaio.
Estou entrando em contato para propor a vocês uma parceria entre seu livro e o Balaio, sei que ja deve estar acostumada a receber este tipo de proposta, mas como sou uma apaixonada por livros de todos os tipos e gêneros e tenho verdadeira paixão pelo que faço que é expor aos meus leitores a minha opinião sobre cada livro lido, resolvi arriscar. Adoraria poder ajudar a divulgar ainda mais seu trabalho. O que acha?
Bem, vou falar um pouquinho do meu blog para que conheça melhor: o Blog do Balaio está atualmente com 1320 seguidores e possui uma ótima média de visitas e comentários em cada postagem. Nele eu escrevo sobre os livros que leio e dou várias dicas de leitura.
O Balaio possui parceria com as Editoras Novo Conceito, Arqueiro, Belas Letras, Pandorga, Galera Record, Alcantis, DCL, e Farol e com os seguintes autores: Flavia Cristina Simonelli, Márcia Paiva, Janethe Fontes, Allan Pitz, Carolina Munhóz, Antonio Rondinell e Markus Thayer.
Link do blog: http://balaiodelivros.blogspot.com/
Bom, fico aqui na torcida para que o Balaio seja seu feliz parceiro.
Um grande beijo e um ótimo 2012!
Vanessa Meiser